domingo, 1 de setembro de 2013

O mar


O horizonte se confunde em meus devaneios.
Ouço sinos. Vejo as ondas baterem e se desintegrarem na imensidão como meus breves pensamentos. 
A areia me conforta. O céu me abraça. Sinto que o mar sou eu, e eu faço parte do horizonte.
Paisagens humanas de passagem. Eles pedem paisagem, pedem a mim.
As histórias dos navegadores, a energia dos surfistas. 
As viúvas solitárias.
Os jovens sem destino. Os loucos. 
Os poetas. 
O resto.
Sinto a alma de cada um que se perde em mim. Os compreendo.
Aprecio a mim mesmo, sem fazer parte de ninguém inteiramente. E ninguém sabe disso.
Companheiras gaivotas, fazem sombra em mim. Se arrastam. Voam.
A chuva desaba.
Quando as gotas de chuva tocam em mim, me fazem sentir maior, e me sinto grato por não estar sozinho.
Muitos sonhos são deixados aqui com um peso enorme sobre mim. Promessas são feitas. Promessas morrem comigo. Por isso tão imenso, tão longe...

Então a noite vem, e eu pairo. Me calo. Pesco os sonhos que estão em mim, e durmo.



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