sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Café






















Lentamente ela caiu.Acendi meu primeiro cigarro,logo cedo.
São oito da manhã,e a chuva não para.Meu olhar está fixo na penúltima
mesa do bar,era ali que ela costumava se sentar,era ali que tomava seu
café amargo,tão escuro como seus olhos.Me disseram que,semana passada,
ao sair desse mesmo bar ela se envolveu em um acidente de carro devido a chuva.
E se foi assim,com a chuva,como a chuva.Não chegava a ser um amor platônico,
eu só queria,sei lá,conversar sobre o vento,o tempo,sobre poesia e amor,enquanto
tomaríamos café amargo juntos.Então eu respiro fundo,e dou minha última tragada.
Me levanto,pago meu café e olho pela última vez a mesa que era dela,agora vazia.
Deixo minhas lembranças ali e vou embora.


Texto feito por Larissa Arruda ( http://lariariane.tumblr.com/) e Lucas Brenelli

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Meu melhor balão






















Cada pessoa é um balão.Uns chegam assim,de repente,e quando mal percebemos...já foi!
Alguns a gente solta,pra ver se volta.Alguns se perdem no meio do caminho,e outros,
voltam pra gente rapidinho! Outros chegam como quem não quer nada e ficam ao teu lado,poucos ficam pra sempre,e quem fica,fica até a chama se apagar lentamente,até que pela última vez,sob um rápido nascer do Sol,voam juntos,em direção ao céu.Talvez seja num breve passeio que a gente descobre quem realmente é nosso balão.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Frio interno

















Você não me engana menina: Eu vi nos teus olhos.Ainda resta muita lágrima aí dentro.
E ontem ,quando eu repousei em você,eu senti no teu peito que teu coração ainda acredita.
Passei a mão na tua cabeça e percebi que tua mente pensa que pode enganar o coração.
Aprende uma coisa: Não dá pra enganar o coração.Tá bem,ele se engana as
vezes - e muito - já sabemos.Eu sei que doeu menina,e como eu sei.Mas a vida tá ai,
tira esse casaco passado e trate de sair desse inverno,que nem tá tão frio assim.
E se liberta,e se joga.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Vou com fé






















Me disseram uma vez,que o coração endurece com o passar do tempo.
Me disseram tambem,que eu não conseguiria sozinho.
Que era mais fácil seguir outro caminho,que as pedras iriam me fazer cair.
Eu não acreditei neles.Eu abraçei a cada uma das pessoas que me disseram
isso,e com um breve,leve e sincero sorriso,eu me despedi.
Eu escolhi o caminho mais torto e dificil,chutei as malditas pedras e até aprendi
a me desviar de algumas.E o coração? Ele continua sonhando,cada vez mais.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Visita

Era um romance quieto.Um romance só de olhares,gestos e poucas palavras.
Podemos,talvez,até chamar de um amor platônico.Um amor platônico que podia
se concretizar ali,no momento.Bastava a gente se entregar.E um dia,quando eu
olhei,como era de costume,no lugar onde você costumava sentar nas tardes de
quarta,ninguem estava lá.Nem no dia seguinte,nem no outro,e nem no outro.
Você se foi,como nosso amor,tão quieta...não questionei sobre você,não fui atrás,
sofri calado.E doeu você partir menina,doeu tanto.Eu sofri quieto,e toquei em frente.
Sabe,as vezes olho pra um canto e outro e me lembro de você.Tava ficando
tão bonito,mas se foi.