segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sem Despedida


E então ele virou a esquina,não se podia enxergar muito por causa do vidro embaçado e a chuva forte.Parou em frente a casa dela,e permaneceram calados durante uns 20 segundos,ou talvez 2 horas,assistindo as gotas de chuva escorrerem sobre o vidro dianteiro do carro.Ela,quase como sem querer, disse alguma coisa do tipo ‘‘Esse tempo está ótimo pra assistir um filme em casa...’’ e riu sem graça depois que pensou nas palavras que acabara de pronunciar,pois era exatamente o que costumavam fazer em um tempo chuvoso como esse.Tudo o que ele conseguiu pronunciar foi um grunhido baixo acompanhado de um breve pensamento súbito e então se despediram,quase com um beijo como era de costume,mas a bochecha agora era o que lhes restava.
Ele então fez a pequena manobra,deu ré e saiu,pois aquela rua era sem saída,era uma rua sombria e sem saída.Ela não ficou na porta de casa esperando ele olhar e acenar um ‘‘Até breve’’,mas teve a curiosidade de saber se ele estaria olhando.Ele não baixou o vidro e nem olhou pra ela,mas teve tentação de saber se ela estaria carinhosamente confirmando com um breve olhar que a noite valeu a pena.





segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mais um dia
















Ainda não se acostumou com tanta falsidade,mas ainda sim precisa usa-lá de vez 
em quando pra se sentir um pouco educado,ou não tão fora do sistema.
Vidas novas o entretém,mas logo se torna a mesma velha história,
talvez um vício - ou maldição - que se repete,e se repete novamente.
Não tem mais tanto tempo como achou que tinha,a espera é longa e o faz pensar.
Faz poemas,se esconde entre palavras,e se torna aquilo que jamais achou 
que iria se tornar.Pobre rapaz,que troca melodias por um mundo desmoronado,
cheio de retratos quebrados e sangue derramado.