A chuva aperta quando a gente tem pressa.
Vontade louca de correr, essa.
Mas por um instante, só por um instante,
eu permaneço.
E tudo me atravessa.
Sinto cada gotícula de chuva
percorrida em minha pele,
e me transformo em água.
Atravesso as ruas escuras,
as poças iluminadas,
o lago que admiro tanto - eu estou lá.
Estou também no esgoto,
fétido e podre, mas o que se há de fazer?
O Sol chega, tão forte, tão sedento...e eu, evaporo.
Me encontro nas nuvens, e de lá, sou maior.
Caio, violentamente, em cima dos apressados.
Mas percorro, leve e extraordinário, na pele dos que permanecem.
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