E então ele
virou a esquina,não se podia enxergar muito por causa do vidro embaçado e a
chuva forte.Parou em frente a casa dela,e permaneceram calados durante uns 20 segundos,ou talvez 2 horas,assistindo as gotas de chuva escorrerem sobre o vidro dianteiro do carro.Ela,quase como sem querer, disse alguma coisa do tipo ‘‘Esse tempo está ótimo pra assistir um filme em casa...’’ e riu sem graça depois que pensou nas palavras que acabara de
pronunciar,pois era exatamente o que costumavam fazer em um tempo chuvoso como
esse.Tudo o que ele conseguiu pronunciar foi um grunhido baixo acompanhado de
um breve pensamento súbito e então se despediram,quase com um beijo como era de
costume,mas a bochecha agora era o que lhes restava.
Ele então
fez a pequena manobra,deu ré e saiu,pois aquela rua era sem saída,era uma rua
sombria e sem saída.Ela não ficou na porta de casa esperando ele olhar e acenar
um ‘‘Até breve’’,mas teve a curiosidade de saber se ele estaria olhando.Ele não
baixou o vidro e nem olhou pra ela,mas teve tentação de saber se ela estaria carinhosamente confirmando com um breve olhar que a noite valeu a pena.
Muitas vezes palavras não são capazes de ameninazar dores, então o silêncio faz muito bem o seu papel, embora cruel.
ResponderExcluirpode cre =D
ResponderExcluirEle andava com um punhal em uma das mãos e uma doce gaita noutra. Qual dos instrumentos ele deveria saber manejar melhor? Os dois produziam canções, soluços e lágrimas.
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